E o começo foi no asfalto. Assim, numa Kombi velha, mas que leva a gente lá pra cima. Eu Viviane Gomes, jornalista do Instituto NUPEF, e Kerry Brown, uma gringa antropóloga da Universidade do Texas e que ama o Brasil, subimos para conhecer alguns aspectos do Morro do Turano, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro.







Comunidade pobre. Emaranhado de fios. Amplo comércio. Construção em cima de construção. Uma viela mais estreita do que a outra. Mas a vista descortinada compensa – tanto de um lado como para o outro. E apresentando o local contamos com Brenda Tavares, jovem da comunidade que participa do Projeto Ìyálòóde - Iniciativa de Expressão de Mulheres Líderes.


Nossos objetivos: 1) auxiliar a Brenda no planejamento de sua atividade de mobilização na comunidade; e 2) apresentar a colaboradora americana a realidade das comunidades no Rio. Mas conhecer o morro pressupõe bom preparo de pernas para subir e descer escadas. A gente só consegue visualizar o tamanho da escadaria de baixo pra cima. Dá uma olhada! Tanto, que desacostumada, Kerry ficou de pernas bambas – literalmente.







Sem espaço, eletrodomésticos ficam do lado de fora da casa. Mas o beco é limpo. Percebam, é bem limpo por vontade dos moradores. 








Descendo, na rua de acesso ao morro pela localidade do ‘117’, a gente tem a sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) e duas organizações.




Para chegar onde queríamos, foi preciso sair dessa rua e andar pela Aureliano Portugal. Enfim, chegamos ao Centro Municipal de Saúde – Turano. Não é na comunidade! Absurdo! Brenda defendeu que o equipamento público de saúde fica na comunidade. É aquela história: fica perto, tão pertinho que parece comunidade, mas não é. E é preciso que se tenha consciência disso porque se não houver, a gente não consegue responder isso aqui: “Como é o acesso à saúde da população que mora nos pontos mais altos do morro?” – Kerry me pergunta. E sem responder essa pergunta, a gente tem que ficar como está – por pior que seja. 




De qualquer forma, o destaque do Centro Municipal de Saúde – Turano é a oferta de medicina alternativa, mas apenas auriculoterapia (sementinhas em pontos estratégicos da orelha).







Voltamos ao morro por outro caminho. ‘Do asfalto’, vimos uma parte do imponente morro.





Na volta, escola. Dois expoentes: Machado de Assis e Herbert de Souza. Sala de leitura, Taekwondo, aulas de inglês, francês, teatro e dança de salão aos sábados.






E ensino profissionalizante. Escola aberta aos sábados. Escola que a comunidade tem acesso.




Voltamos ao começo. Muitas perguntas; questionamentos. Uma vontade imensa de fazer contato com as organizações locais. Uma grande vontade de entrevistar. De conhecer. De convidar. De mobilizar.


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