Ìyádóòde conversando sobre a
programação da 12ª Oficina de Inclusão Digital se depararam com uma palestra
chamada “Inclusão, Software Livre e Mandinga”. Sem saber do que se tratava,
tentávamos imaginar como a palavra mandinga, que significa feitiço, seria
contextualizada. Logo, a conversa segue para aquilo que incomoda: discriminação, preconceito. Como a palavra "mandinga" estava sendo
empregada na sociedade atualmente? Na Internet, inúmeros sites oferecem “despachos” online para emagrecer, para
arranjar namorado/a, passar no vestibular, conseguir casa própria, saúde etc.
Num deles há: "Tudo o que você conseguiria fazer num terreiro, na
tela do seu computador". Uma foto: um jovem branco sentado
no chão, com um computador ligado e rodeado por velas vermelhas. Estigma.
E veio à tona, além da vivência de mulheres que lidam diariamente com preconceito e discriminações, o
aprendizado do curso de extensão “Mulher, Violência e Mídia” do qual
participaram. “Não queremos que as religiões de matriz africanas sejam
retratadas de forma caricata”, disseram – já se referindo a novelas como a “A
Cor do Pecado”. Elas lembraram também a
distorção que vivem as personagens cristãs e evangélicas. No início dos
folhetins são tratadas como castas, sofrem uma reviravolta e revelam-se sem
caráter, pervertidas, assanhadas etc.
São caricaturas, parecem
engraçadas e são tratadas como se assim fossem, mas reforçam os mais cruéis estigmas.