Discussão e Videos
No dia 10 de julho de 2013 Fezinha, Conceição, Natividade, Angélica, Bina, Mãe Lucia, Bianca (a sobrinha de Bina), Glória, Brenda, Cida, Alysia, Kerri, Silvana e Viviane se reuniram na ONG Criola, no centro do Rio de Janeiro (RJ), para discutir o direito à expressão na mídia e o acesso à comunicação. Começamos com a exibição de dois vídeos curtos: “Cordel da Regulamentação da Comunicação" e "Neutralidade com Rede".

O "Cordel da Regulamentação da Comunicação" discutiu a liberdade de expressão e a falta de diversidade (pessoas, sotaques, perspectiva, geografia etc.) nos meios de comunicação brasileiros. Isso levou a uma discussão sobre as próprias observações das mulheres e Silvana Lemos, coordenadora do projeto Ìyálóòde (Instituto NUPEF), acrescentou uma informação importante ao debate: apenas nove famílias são donas dos grandes meios de comunicação do Brasil. Somente a Rede Globo atinge com o Jornal Nacional todas as noites 60 milhões de brasileiros. Como resultado, são transmitidos pontos de vista limitados e o acesso a outras perspectivas de informação só é permitido a uma pequena parte da população. Além disso, essa discussão destacou o fato de que muitos brasileiros marginalizados não são adequadamente representados nos meios de comunicação.

"Neutralidade na Rede" é um vídeo focado na inacessibilidade da Internet, produzido pelo projeto Freenet - iniciativa coordenada pelo Instituto NUPEF, pelo Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), pelo Intervozes, e pelo Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS/FGV). A discussão levou a uma percepção da ideia de comunidade que está em expansão: da "vida real" para o "mundo virtual" (Não entendi muito bem essa parte aqui. O original em português: A discussão levou a uma percepção de que a idéia de comunidade está em expansão: de "vida real" para o "mundo virtual.). As mulheres participantes do projeto Ìyálóòde também apontaram que o acesso à internet está se tornando mais caro e ainda falta ter cobertura consistente em muitas áreas nos arredores do Rio de Janeiro. Elas disseram que seria bom alcançar uma cobertura universal à Internet. Glória, uma das participantes do projeto, falou sobre uma cidade que já fornece acesso universal e gratuito a seus moradores e perguntou retoricamente: “Por que não podemos ter isso aqui?” Então, foi discutido se a Internet é realmente uma necessidade. Dra. Cida, colaboradora da ONG Criola, ressaltou que água limpa e um abastecimento alimentar adequado são necessidades para muitas cidades brasileiras, e que, nestes lugares, a Internet é mais um luxo. Essa formulação apontou para as muitas camadas de desigualdades estruturais que já existem.

Contudo, foi ressaltado por Silvana Lemos que a importância da gratuidade do acesso à Internet é justamente o acesso a outras perspectivas de informação que não sejam aquelas emanadas pelas famílias que detém o controle da comunicação do Brasil. E completou: “sem acesso democrático à informação, a população não poderá se mobilizar para reivindicar água limpa e abastecimento alimentar adequado”. Como conclusão, as mulheres concordaram que a Internet e as mídias sociais são aspectos cada vez mais importantes da vida de hoje.

Atividade on-line

Depois da discussão de abertura e do almoço, todo mundo retornou usando laptops para uma oficina interativa sobre o uso do Facebook. Viviane Gomes, do Instituto NUPEF, distribuiu uma apostila com um pouco da história do Facebook e seus usos potenciais. Começamos passando uma leitura juntas da apostila.
As horas seguintes foram gastas na criação de contas do Facebook para cada uma das mulheres que não tinham uma. Após a criação das contas, percorremos algumas das principais características do Facebook. Primeiro, as mulheres adicionaram contatos de suas contas de e-mail. Em seguida, elas procuraram e acrescentaram amigos, seguiram a página de Criola no Facebook, e acrescentaram informações a seus perfis. Elas experimentaram a ferramenta de bate-papo por vídeo conversando uma com a outra. Mais importante, elas foram capazes de ver na página do grupo Ìyálóòde - Iniciativa de Expressão de Mulheres Líderes do Facebook as atualizações que já haviam sido postadas sobre elas. Elas puderam ver notícias e informações compartilhadas podendo se comunicar via Facebook. E finalmente, elas entenderam que também podem participar desta imensa troca de informações.

Para concluir a oficina, discutimos o que foi aprendido naquele dia, assim como a previsão para o próximo encontro que será o evento de lançamento do blog na comunidade Venda Velha, bairro de São João de Meriti, região metropolitana do Rio de Janeiro, onde Fezinha e Mãe Amélia moram.


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